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(Foto: Reuters/Adriano Machado) |
Espirros e coriza, sintomas comuns de uma alergia, passaram
a preocupar pessoas alérgicas com a chegada da pandemia do novo coronavírus.
Reações que podem ser facilmente vinculadas a uma alergia, também podem indicar
o risco de contágio pelo novo coronavírus e o desenvolvimento da covid-19. Aos
primeiros sintomas, a orientação é procurar um especialista para identificar o
problema.
Nesse contexto atípico de pandemia, cuidados com as alergias
devem ser maiores. Esse é o alerta da Associação Brasileira de Alergias e
Imunologia (Asbai), que marca hoje (8) o Dia Mundial da Alergia. Até domingo
(12), a Asbai promove a Semana de Alergias 2020. A iniciativa reúne diversos
tipos de atividades de conscientização sobre as métodos de prevenção e
tratamento em relação a essa condição de saúde.
A médica e coordenadora da Comissão de Assuntos Comunitários
da associação, Fátima Emerson, destaca que a coincidência dos sintomas de
alergias, especialmente respiratórias, e da covid-19 requer atenção especial. A
rinite, por exemplo, vem acompanhada de espirros, coriza e coceira no nariz. Já
a asma pode ter como manifestação a falta de ar e o cansaço.
Todos esses são sintomas apontados por médicos como
indicativos da infecção pelo novo coronavírus. Emerson acrescenta que em alguns
casos, sintomas de alergias de pele, como urticária, também já foram detectados
em pacientes com covid-19. Por isso, a recomendação da associação da área é
buscar a orientação de um médico sobre qual o encaminhamento mais adequado.
“A grande dificuldade é diferenciar se o paciente com asma
está numa crise ou com a covid-19. O ponto de equilíbrio é que é o difícil. Por
isso, a orientação médica é o ideal. O advento da telemedicina facilitou isso.
As vezes, pela descrição podemos orientá-lo”, comenta a médica.
Apesar dos cuidados redobrados, nos materiais e atividades
virtuais realizados nesta semana, a Asbai buscou tranquilizar pacientes com
alergias porque, a despeito da confusão dos sintomas, essa condição não é um
agravante ou facilita o contágio pelo novo coronavírus. “As próprias vacinas
usadas podem ser mantidas porque não causam aumento do risco e não implicam
maior gravidade caso o paciente tenha covid-19”, explica.
Mas há cuidados necessários. Aqueles com alergia a
medicamentos devem informar os médicos caso necessitem de tratamento. Pessoas
com alergias de pele podem ter impacto no uso constante de álcool em gel ou
outros produtos de desinfecção. “É importante que essas pessoas usem sabonetes
adequados para conseguir enfrentar todas essas agressões”, sugere a
profissional.
Quem tiver dermatite de contato pode apresentar dificuldade
no uso de alguns materiais necessários neste momento, como máscaras e luvas.
Por isso, é importante recorrer a alternativas que garantam a proteção sem
provocar reações alérgicas.
Outro efeito é a ativação das manifestações alérgicas em
razão da ansiedade estimulada pela situação excepcional no contexto da
pandemia, como a necessidade de isolamento social. “Tem gente que tem dor de
cabeça, e tem gente que pode agravar a alergia”, diz Emerson.
Em todos os casos em que houver presença de alergia, a
recomendação da Asbai é de que o tratamento seja feito de forma continuada, e
não somente durante as crises.
*Agência Brasil
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