De acordo com os estudos realizados, sabe-se que o cenário
que se projeta, é incerto, pois não se tem a dimensão dos efeitos finais da
pandemia do COVID- 19, principalmente no Brasil, que até o momento, superou a
marca de 65 mil mortes e mais de um milhão e meio de brasileiros
diagnosticados.
Como se pode perceber, será muito difícil voltar ao “novo
normal”, como muitos acreditam, pois não se trata apenas de uma questão isolada
e ligada unicamente a uma crise sanitária, mas que abalou todas esferas ligadas
a humanidade, promovendo mundialmente, alterações nas relações sociais,
políticas e econômicas.
Diante desse cenário, levando em consideração as medidas
tomadas pelo poder público e considerando a disputa eleitoral, que por sua vez,
ocorre neste ano, se buscou pesquisar sobre as possíveis candidaturas ao
executivo de Araucária e suas respectivas propostas de governo, visto que, as
velhas e conhecidas por todos e todas, não mais atenderão a realidade
vivenciada, pois entende-se que é preciso inovar, ter consciência e
responsabilidade, ao ponto de propor políticas públicas consistentes, voltadas
as necessidades humanas, e que principalmente, além de enfrentar as mazelas
promovidas pela pandemia, garantam, no mínimo, os direitos básicos universais
de todos os cidadãos.
Contudo e mesmo consciente das modificações ocorridas no
calendário eleitoral (onde as convenções só poderão ocorrer entre 31 de agosto
e 16 setembro, bem como, as propostas dos candidatos serão apresentadas - via
televisão, rádio e internet - a partir de 26 de setembro até 12 de novembro), o
que poderia não promover dados satisfatórios, se pode observar que algumas
candidaturas estão sendo cogitadas, entretanto, duas se destacaram nos debates
promovidos nas redes sociais, o que, de certa forma, acaba demonstrando que a
disputa eleitoral pode se resumir a polarização historicamente estabelecida em
nosso município.
Desta forma, também se constatou que ao citar e até mesmo,
ao se referir aos dois possíveis candidatos (onde um deles é o atual gestor e o
outro, já cumpriu também essa função), não se leva em consideração, como se visualizou
nas eleições presidenciais, princípios ideológicos entre direita e esquerda, o
que, até certo ponto, seria compreensível. Na realidade, o que acaba imperando,
são relações de afeto, sentimentos pessoais e de identificação dos eleitores
pelo candidato propriamente dito, ou seja, um fanatismo exacerbado e
extremamente contraditório, pois ao mesmo tempo que exaltam o candidato
escolhido, demonstram por meio de acusações, o ódio pelo candidato adversário.
Porém, não se conseguiu visualizar quais os motivos que
levam tais eleitores a se identificar com um e ao mesmo tempo, odiar o outro.
Na verdade, o que se tem conhecimento, é que cada ser humano é responsável por
seus atos e sabe sob que forma e em que condições construíram suas histórias de
vida, e ao optar por fazer parte da esfera pública, querendo ou não, a vida
particular acaba sendo exposta ao ponto de ser julgada, odiada ou até mesmo,
idolatrada por outros seres humanos.
Por isso, e até mesmo, para não cair nesta polaridade
descabida, onde o analfabetismo político impera e o fanatismo toma conta, é
necessário buscar informações sobre os vários candidatos e candidatas ao poder
executivo e também ao legislativo de Araucária, bem como, é de extrema
importância, analisar e questionar as propostas por eles e elas apresentadas,
pois essa cidade é nossa, é de todos e todas, e mais do que nunca, também por
meio da participação popular, precisa ser planejada, tratada com respeito e com
muita responsabilidade, pois, nada adianta ser um dos municípios mais ricos do
Paraná, se historicamente, entre um gestor e outro, o que prevaleceu foram os
interesses particulares de uma minoria e a familiarização do público.
Para finalizar esta breve reflexão e ao mesmo tempo,
ressaltar a importância do voto e da escolha de representantes que realmente
leve Araucária a sério, principalmente após os impactos promovidos pela
pandemia, se faz necessário relembrar parte do discurso realizado pelo padre
Leocádio Zytkowski na Câmara Municipal de Araucária. Citando Bertolt Brecht,
muito sabiamente e também estimulando o pensamento crítico e a necessidade de
se lutar por uma sociedade solidária, digna e igualitária, destacou que: “O
pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões
políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância
política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os
bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas
nacionais e multinacionais”. (Bertolt Brecht)
Sendo assim, deixo registrado o meu abraço fraterno e
solidário!!!!
Fique em casa!
Use máscara!
Se proteja!
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