Confesso que ao ser convidada para
escrever semanalmente esta coluna, me senti extremamente desafiada, ao ponto de
vivenciar aquele friozinho na barriga. Não por medo de me posicionar, pois a
neutralidade nunca se fez presente em minha vida, mas por estar acostumada a
produzir textos apenas de cunho acadêmico, científico e com uma linguagem
extremamente formal. Queira ou não, a arte de escrever uma narrativa ou
Por ser humana e também uma metamorfose
ambulante, como diria Raul Seixas, busco a todo momento rever meus conceitos e
posicionamentos, e meio a um texto e outro, poderei ser assertiva para uns e
até mesmo, equivocada para outros, mas a intenção sempre será construir uma
narrativa reflexiva e crítica das contradições vivenciadas na conjuntura ao
ponto de fazer você, leitor, parar e analisar o que está ocorrendo ao seu
entorno.
Por se tratar de textos reflexivos, e
considerando que toda realidade é passível de mudanças, a historicidade e aspectos
de caráter cultural, social econômico e sobretudo político, se farão presentes,
pois entendo que a relação entre teoria e prática, não é contraditória, mas se
complementam e proporcionam a transformação social. Aliás, como descreve a
teoria marxista, nos humanizamos por meio das relações sociais, em outras
palavras, posso até mesmo destacar, que é transformando a realidade que também
nos transformamos e consequentemente, nos humanizamos.
Também destaco que por ser filha desta
terra, nascida e criada, a intenção é abordar assuntos ligados ao município de
Araucária, porém, não vou deixar de abordar a grande crise global promovida
pela Covid 19 e seus desdobramentos, que além de ceifar milhões de vidas e
fragilizar a saúde humana, também abalou as estruturas políticas e econômicas,
intensificando ainda mais, a histórica desigualdade social.
Alterando drasticamente as relações humanas,
é preciso repensar sobre o que estamos passando e como será daqui pra frente,
pois tenho certeza de que a descoberta de uma vacina não vai fazer tudo voltar
ao normal, como muitos acreditam. Desta forma, é necessário não apenas uma
mudança de comportamento e de atitudes que visem atender aos interesses coletivos,
mas principalmente, um outro posicionamento do poder público brasileiro, que
historicamente, ao adotar uma postura neoliberal, só promoveu o básico à classe
trabalhadora e atendeu ao máximo os interesses do grande capital internacional.
Também não se pode esquecer que meio a
essa conjuntura, a eleição municipal está batendo em nossas portas, ou seja, um
momento que também precisa ser analisado, pois somos cidadãos e temos o direito
de usufruir de políticas públicas realmente eficazes, que sejam planejadas,
organizadas e avaliadas de acordo com os interesses coletivos, e não somente
por uma minoria, que historicamente vem se apropriando do que não lhe pertence
e acabando com que é nosso por direito.
Por ser um texto introdutório e até
mesmo de apresentação do que será abordado nesta coluna, fico por aqui, e deixo
meu abraço fraterno e solidário.
Prazer! Sou Janaina Buiar! Mulher,
feminista, militante na área de direitos humanos e defensora das pautas
populares.
Contato: janaina_buiar@hotmail.com
Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do Matéria Pública.
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